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Acredita.

Deitada no escuro, ouvindo música, comecei a chorar. Sabe aquele choro que vem do estômago, que coloca pra fora todas as dores? Como eu precisava desse choro. Chorar foi algo que eu não me permito fazer há algum tempo. Por isso que as vezes no metro, no trabalho ou andando na rua eu sinto um nó na garganta, sinto meus olhos marejarem e por não poder chorar nesses lugares, eu logo engulo as lágrimas, as dores e os sentimentos. Não sei porque eu andei fazendo isso comigo mesma. Que mal tem chorar de tristeza? Por que eu não me permito ficar triste? Enquanto escrevo, volto a chorar. Sinto que tem tanta dor dentro de mim... Mas me sinto uma tola por chorar assim, tendo tantos motivos pra sorrir.  Eu realmente preciso chorar. Preciso escrever. Preciso colocar tudo isso pra fora. Já é muito tempo engolindo, enfiando tudo pra dentro. Não cabe mais. Preciso tirar tudo isso de mim, pra voltar a me sentir em paz. Pra deixar tudo isso pra trás. Pra me abrir aos novos sentimentos.

Coisas que penso enquanto trabalho...

Abro a janela de nova mensagem, como se escrevesse um e-mail. Estou no trabalho, mas a cabeça está cada vez mais afastada desse ambiente de tarefas e atividades rotineiras. Já tomei minha xícara de café e li as notícias do dia. Chequei os e-mails, respondi a alguns deles. Depois de fazer essas coisas de todos os dias, penso que queria estar na minha casa, tomando mais uma xícara de café, ouvindo música, olhando o céu pela minha varandinha. Abro a janela de nova mensagem e começo a escrever, finalmente, depois de tantos dias lendo e gestando as palavras dentro da minha cabeça. Assim mesmo, como quem simula escrever um e-mail. Não posso mais esperar. Desde o fim de 2017 eu sinto que tenho tanto a dizer. Mas falta tempo. E falta coragem pra deixar as palavras emergirem desse pântano que viraram meus sentimentos. A mente vai muito bem. Cheia de projetos, mais produtiva do que nunca. Porém, quer cada vez menos pensar no sentir e sentir no pensar. Tornou-se uma tarefa diária afastar toda

dona de mim

quase um ano depois e eu ainda consigo sentir meu coração doer como se fosse ontem. te ver com outra pessoa fez acordar alguns fantasmas... não lamento o que somos hoje, nem sinto essa dor por querer de volta. mas sinto uma tristeza enorme por esse passado que foi muito mais bonito e verdadeiro dentro da minha cabeça. algo que eu acreditei de dentro pra fora e depois descobri que só existiu pra mim.  eu era presa a uma história que nunca chegou a acontecer. hoje sou tão livre que nem sei o que fazer com tanta liberdade. aos poucos consigo me tornar quem eu sempre soube que era e não me permitia ser por achar que eu deveria me encaixar num certo modelo pra caber na sua vida. se você me ensinou alguma coisa nessa vida é que eu não quero pertencer a ninguém. me permiti conhecer tantas bocas e me entreguei a tantos corpos porque eu me tirei das suas mãos e me fiz só minha. não sou sua, nem deles. e consigo ver tanta beleza nisso... talvez você tenha sido responsável pela minha descre
Há alguns dias, ando não sabendo direito o que pensar sobre a minha vida. Foram tantas as voltas. Até pouco tempo atrás eu achava que não chegaria a lugar algum;  há dois dias, eu cheguei em Genebra.  Pode parecer a maior besteira, mas eu tenho certeza de que o Universo conspirou para que eu chegasse até aqui. Quase que como um destino, algo que era para ser. Primeiro, o espírito me disse e eu custei a acreditar. Depois disso, foram tantas as coincidências que, hoje, quando paro pra pensar, vejo que só poderia ter sido assim mesmo. Essas minhas andanças pelo mundo me ensinam muito. Além do principal objetivo por detrás delas, seja para estudar ou agora trabalhar, elas me ensinam demais sobre mim. Gosto quando a brisa gelada do inverno se mistura com o quente da taça de vinho. É a combinação perfeita para ativar a minha inspiração. E eu só quero escrever, escrever e escrever. Sobre mim, sobre a vida. A minha vida não tem nada de especial. Mas ela é minha e é por meio dela que eu a

Sobre ter vinte e tantos anos...

Tudo começou naquele fim de semestre, quando a vida estava boa, mas algo faltava. "Vou estudar em Paris" - pensei. E começou a longa jornada que hoje me levaria a este lugar. Um mês depois, sentada à beira da janela refletindo, depois de um vinho e dois cigarros, quando, por um instante, me veio à mente precisamente isto: "Um sentimento que não defino é este que me toma o peito agora, ao perceber que eu poderia estar em qualquer outro lugar, mas estou aqui por mérito de minhas próprias escolhas e que devo lidar com todas as consequências desta decisão, sem fraquejar, sem lamentar. Eu quis. Eu quero. Eu estou aqui. Será que esta consciência me credencia para a vida adulta?". Eu, finalmente, estava em Paris... Dia 15 de janeiro, o dia em que entrei no avião rumo ao desconhecido, não era um dia propício para partir. Naquela manhã eu acordei e fui tomar café na padaria com o meu namorado, depois de uma despedida no bar com os bons amigos. Em seguida, minha primeira
Decidi que preciso escrever impressões. A de hoje é sobre você... Eu não saberia dizer qual foi o momento exato em que tomei a decisão de te deixar pra trás. Tampouco sei dizer os motivos. Posso até elencar algumas desculpas que usei para me fortalecer e levar adiante. Sei apenas que precisei . Sim, você entendeu bem: eu precisei te deixar. Precisei te deixar pra mostrar que eu sou capaz de tomar decisões por mim mesma. E não nego que tenha sido também pra te mostrar que eu consigo. Só eu sei o quanto me custou pra forjar o início desse "novo eu". É, eu sou uma farsa. Fiz-me forte, superada, pronta para seguir em frente. E assim fui por algum tempo. Hoje já não sei dizer se me mantenho. Mas não descarto a imensa importância desse momento. Eu me permiti ser alguém sem você. Te condenei àquele canto do passado em que se escolhe não mais remexer. Te deixei ali sem nem olhar. E não olhei pra não me deixar levar pelo seu braço que encostaria no meu. Seu olhar que me con

Sobre as dores..

Preciso que esse peso saia de dentro do meu peito. Procurar novamente o meu caminho. Será a vida esse eterno recomeço? Gosto do perene. Daquilo que se mantém, porque eu mesma não me mantenho. E já é difícil demais lidar comigo, que dirá todo o resto? Por isso devo ter perdido o controle de tudo. Não sou capaz de apontar qualquer coisa que me pertença. Nem a mim mesma. Entreguei-me ao vazio dessa vida e recebi o vazio com a mesma dedicação. Gostaria de entender muitas coisas, mas já há algum tempo em que desisti. Não me sinto parte desse todo e muito me custa compreender. Tanto sentimento pra sobrar isso? Um nada sem explicação...